Canções que nada dizem
Pe. Zezinho, scj
Não há canções que nada dizem. Alguma coisa elas dizem, para quem as compôs,
para quem as canta e para quem as repete. Podem não dizer nada para mim e pra
você que temos outros gostos, outra cultura, outra fé e outras informações.
Também não gostamos de certos sucos, certos alimentos e certas bebidas. Outros
gostam! Se fazem bem ou mal, depende de cada organismo. A nós talvez não façam
bem. Não digerimos como eles digerem!
Diga-se o mesmo de sambas, rocks e marchas, de ritmos de ontem, da música
Disco, ou de como Beatles, Abba, Michael Jackson e Madonna. Há quem goste e
detecte uma mensagem onde não detectamos. Rap, reggae, afro, clássico, hip hop
são gêneros que dizem algo a algum grupo. Mas se quiserem trazê-lo para a
liturgia é hora de enfrentá-los. Se nos enfrentam, sejam enfrentados!
Porque, uma coisa é a música que nos agrada e outra, a música de igreja que por
definição não nos pertence. Um compositor de música religiosa supostamente é
chamado a servir à catequese da sua igreja. Então, sua canção não pode servir
apenas a um movimento, nem a uma só linha de espiritualidade. Se for o caso,
não a cante numa missa onde há outros grupos, ou em qualquer encontro, pois
seria impor sua maneira de pensar aos demais. A música religiosa tem que dizer
o que a Igreja espera que seja dito em seus cultos e concentrações. Nem mesmo a
letra nos pertencerá. Por isso, alguém mais abalizado precisa opinar sobre o
que cantamos para todos os católicos.
O recado serve para músicos franciscanos, salesianos, dehonianos, da RCC, ou
vicentinos. Há canções típicas de nossa linha de espiritualidade, cantáveis em
nossos lugares de oração. Há outras, mais abrangentes, feitas para todos os
católicos. Precisam transmitir a catequese de todos. Estas tem outro destino.
Leio algumas letras não religiosas e outras religiosas. Duas delas dizem
egocentricamente: -"Preciso de um alguém que me dê o seu amor, que seja só
para mim e que me faça feliz. Quero o amor mais sincero do jeito que eu o
quero/do jeito que eu sempre quis E então eu serei feliz".
"Hei de amar somente a Deus, o resto pra mim é nada. Só a Deus eu
amarei."
Uma Igreja cristã não pode assinar em baixo dessas duas canções, nem cantá-las
porque são egoístas. Os autores pensaram apenas em si ao escrevê-las.
Esqueceram que seriam cantadas para outras pessoas. No seu bojo tais canções
traem fechamento. São dois gritos egoístas, ainda que uma delas seja
supostamente religiosa. Falta nelas o essencial do que se entende por amor
cristão: o amor ao próximo e nosso dever de também amá-lo.
Canções sempre dizem alguma coisa, mas canções religiosas não podem negar o
catecismo. Por natureza, estão sujeitas à censura. Se uma palavra dela nega uma
doutrina, a autoridade mande corrigi-la, cantar diferente ou, simplesmente, não
mais cantá-la. Não basta ser bonita e fazer bem à banda que a executa. Tem que
ser mensagem da Igreja. Se alguém insiste nela, já que fundou uma banda, funde
também sua própria igreja! Mas, então, não a considere igreja cristã...
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